BERNARDO CASTRO

O que eu gostaria que soubesses sobre mim...

Sou um apaixonado pela viagem que é a nossa vida recheada de desafios e oportunidades de crescimento.

Sou casado desde 2012 com a mulher da minha vida, Rita, e juntos criámos uma linda família com 7 filhos que tanto nos orgulham. 

Criei a Seaventy em 2014 e sou o SEO (Smile Executive Officer) desta empresa apaixonante que aproxima as pessoas do Mar e desenvolve a Economia do Mar funcionando como plataforma dedicada a amantes do Mar para aluguer de espaços para eventos e experiências.

Considero-me um ser humano abençoado pela vida que Deus me deu. Aos 6 meses de idade foi-me descoberta uma doença cardíaca muito grave. Na altura fui o quarto caso mundial desta doença com o nome de Sindrome ALCAPA e o primeiro sobrevivente.

Passados 30 anos, esta história ainda é descrita como o “Milagre de Santa Cruz”, que na altura converteu muitos médicos, incluindo o fantástico casal Professor Doutor José Fragata (cirurgião) e Doutor Isabel Fragata (anestesista), que ainda hoje mantenho uma forte relação de amizade e profundo sentido de agradecimento. – veja o seu testemunho no Observador. Aos 5 anos fui novamente operado ao coração da qual guardo bonitas e vividas memórias.

Sou o décimo de 13 irmãos, criado pela minha querida mãe Leonor e pelo meu saudoso pai Fernando. Muito da minha vida e da pessoa que sou é, sem dúvida, influenciado pela minha grande família. Herdei do meu pai a Paixão pelo Mar, o amor e a defesa pela família e pelo valor e dignidade da vida humana. Mais da parte da minha mãe, herdei um pouco da sua grande Fé e devoção a Nossa Senhora, que por graça fez a minha nova família mudar-se para Fátima no ano passado, bem junto ao Santuário. Partilho com os meus irmãos traços físicos, mas especialmente características de personalidade como a persistência, a determinação, o orgulho, o optimismo e o espírito competitivo (às vezes torna-se demais =P )

Desde que me lembro, sempre fui muito questionador e a partir dos 15 anos, de forma mais consciente, as questões focaram-se em mim e no sentido da minha vida. 

Quem sou eu? O que realmente me motiva? O que me desequilibra? Quais são os meus talentos naturais? Quais são as minhas maiores fraquezas? O que estou aqui a fazer? Porque sobrevivi à doença contra todas as probabilidades? Como posso ser útil às pessoas à minha volta? Como me preparo para a morte? Qual é o propósito de estar vivo? Como posso viver para que a minha vida tenha valido a pena para o mundo?

São muitas perguntas… e não estão todas!

Desde jovem, o meu caminho pode-se resumir à busca de respostas cada vez mais claras a estas perguntas.

Aos 18 anos, entro em contacto pela primeira vez com a realidade do coaching através do curso de Comunicação e Liderança “Toastmasters”, onde conheço coachs, na altura ainda desconhecidos do público em geral, como o Marco Meireles, Jorge Coutinho, António Cordeiro e Eduardo Torgal, dos quais guardo ótimas memórias e enorme admiração. Com as paixões pelo Mar e pelo desenvolvimento pessoal em comum, eu e o Eduardo Torgal mantivemos sempre uma boa relação, e desde aí tem sido a minha maior referência como mentor.

Aos 23 anos, o Eduardo Torgal dá-me a conhecer o Eneagrama das Personalidades numa tarde passada num belo veleiro e rapidamente percebi que estava perante a ferramenta mais poderosa e intensa de auto-conhecimento que já conheci. Desde essa altura, tenho procurado aprofundar o meu conhecimento de Eneagrama e aplicado à minha vida e das pessoas a minha volta, com resultados verdadeiramente impactantes.

Aos 28 anos decido tirar a formação de Eneagrama e a Certificação de Coach no Instituto Eneacoaching, lecionado pelo próprio Eduardo Torgal. Com o conhecimento sobre o Eneagrama que pude aprofundar ainda mais, aliando ao método Eneacoaching 9 Passos, tenho ajudado a transformar a vida de líderes e de organizações.

Com esta formação, não só a busca pelas respostas às minhas inquietações existenciais tornou-se muito mais iluminada, como passei a ajudar outras pessoas a encontrarem as suas próprias respostas.

É uma missão de vida que encaro com a maior das responsabilidades e que me preenche, desafia e realiza profundamente. 

Com 33 anos feitos, só tenho receio que a minha mãe me acorde um dia para ir para a escola e que a minha vida não tenha passado de um sonho. 

Com as minhas 6 princesas e o meu príncipezinho.

Bernardo Castro e Dr. Fragata

Com o Prof. Doutor Fragata, cujas mãos abençoadas fizeram o que a ciência não consegue explicar.

Bernardo Castro e Eduardo Torgal Coaching

Com o meu mentor e coach Eduardo Torgal, responsável por esta maravilhosa vertente da minha vida.

...e o que eu não gostaria que soubesses sobre mim.

Começo pelo secundário, altura em que fui suspenso 3 vezes por mau comportamento.

No 12º ano praticamente não estudei para o exame de matemática pois considerava que já tinha uma boa média de secundário e tive 13 valores no exame que me baixou a média o suficiente para não entrar na faculdade e no curso que queria.

Fui parar à minha 4ª opção – Gestão e Contabilidade no ISCAL – e nos dois primeiros semestres só fui a exame à cadeira Introdução ao Direito e só passei graças a muitos auxiliares de estudo.

Durante esse ano, troquei as aulas da manhã por passeios de barco clandestinos e as tardes por sessões de casino com um grupo de “amigos” (que não sei deles desde essa altura). Na ânsia de provar que era mais inteligente que o casino, gastei todo o dinheiro que tinha e ainda algum emprestado. Quando o meu pai me exigiu o dinheiro dos alugueres do seu veleiro privado e eu não tinha nada para lhe dar, chorei muito nos ombros da minha namorada Rita (minha mulher e mãe dos nossos 7 filhos) e pedi-lhe um empréstimo para pagar ao meu pai.

Finalmente aos 19 anos percebi que não existe dinheiro fácil e criei a Sea Emotion com o meu pai para rentabilizar o seu veleiro e de outros proprietários. Durante o verão fazia eventos com os barcos e no resto do ano recebia uma avença para fazer a manutenção.
Várias vezes usei a manutenção como argumento para passear de barco com muitos amigos e também várias vezes fui apanhado pelos proprietários (incluindo o meu querido pai).

Depois de um ano tão pouco produtivo academicamente, matriculei-me na Escola Superior Náutica Infante Dom Henrique no curso de Gestão Portuária que parecia ter sido desenhado de propósito para mim. Terminei o primeiro ano com óptimas notas a todas as cadeiras (especialmente 3 “cadeirões” de matemática), mas a arrancar o 2º ano meti-me numa aventura marítima, a que se juntou a chegada da minha primeira filha e desisti da licenciatura. Gostaria de regressar para terminar.

Aos 21 anos tenho a oportunidade de explorar um veleiro de luxo de 18 metros lindíssimo e escolhi provavelmente o pior dia do ano para fazer a viagem de Vilamoura para Lisboa. Cheguei de noite com vários amigos sem qualquer experiência e não fiz qualquer check-up ao veleiro. Dei à chave para sair da marina e icei o pano todo rumo ao cabo de São Vicente. A chegar a Sagres pelas 2 da manhã, o vento chega aos 50 nós e eu não consigo enrolar as velas nem tinha ninguém com experiência que me pudesse ajudar. O sem-fim que faz enrolar a vela grande estava gasto e tinha truques para realizar o seu trabalho. Rasguei a vela grande e o resto da viagem foi para esquecer.

Assumi a total responsabilidade dos estragos e a Rita pediu um empréstimo de 12.000€ que já tinha sido aprovado para comprar um carro novo e deu-me para eu colocar o veleiro como novo.

Passados poucos meses a Rita fica grávida da nossa primeira filha, que antecipou em vários anos o nosso casamento. Recebemos cerca de 8.000€ que se juntou aos 12.000€ para entregar o veleiro de luxo ao proprietário como eu (acreditava que) o tinha encontrado.

Aos 22 anos nasce a nossa primeira filha numa fase mergulhada em dívidas e sem rendimentos estáveis.

Até à nossa terceira filha, as dificuldades financeiras fizeram parte do nosso dia-a-dia e felizmente tinha muitos irmãos com quem contar.

Só nos últimos dias de vida é que o meu pai soube da nossa situação e imediatamente fez uma transferência do valor que faltava pagar ao banco para deixarmos de ter a dívida. Desde esse dia passámos a pagar uma mensalidade mais baixa aos meus pais e sem juros, com garantia do meu irmão (Padre) Marcos, que se eu não conseguíssemos pagar em algum mês, ele assumia.

Felizmente nunca foi preciso.

Passadas poucas semanas o meu querido pai sucumbe ao cancro do pulmão. Um ano depois, vendo uma parte da Seaventy e com esse dinheiro saldei todas as dívidas com a minha mãe e amigos que tanto nos ajudaram.

O ano em que o meu pai faleceu coincide com a criação da Seaventy pela mão do meu “mentor” Nuno Tavares, CEO da Tours For You. Depois de um arranque forte da atividade, a relação entre nós foi-se deteriorando dentro do escritório e passados 5 meses acordámos a compra da empresa por mim em troca de um valor, que nunca chegou a ser liquidado. O valor deveria ter sido pago com base na faturação, mas no fim desse ano, tivémos uma discussão infantil que rompeu por completo a nossa relação. Foram precisos 5 anos para voltarmos a conversar. Nessa conversa ofereci-me para pagar o valor que não chegou a ser pago e, mais uma vez, o Nuno ajudou-me e não quis aceitar o dinheiro.

Depois desse momento, não me recordo de nada em especial que não me orgulhe, tirando obviamente todas as vezes que não me preocupei nem dei a atenção devida às necessidades das pessoas à minha volta por estar excessivamente focado em mim, nas minhas metas e nos meus objectivos…

Em especial às necessidades da mulher da minha vida, das minhas filhas, dos meus amigos e de todas as fantásticas pessoas que tive o privilégio de ter na minha equipa…

(Obrigado Guto Uchôa por me desafiares a expôr-me desta forma! Ainda não estou convencido que é uma boa ideia.)

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