Gostaria de partilhar consigo uma evidência que me fez parar.
Estamos a meio do ano – Oh moment…!
Pode não lhe dizer nada, mas a ciência do timing, tão bem explicada por Daniel Pink no seu livro When, mostra-nos que estas tomadas de consciência podem ser altamente impactantes.
Quantas vezes não ganhamos a motivação que precisamos apenas quando estamos a meio de alguma coisa?
Tem uma apresentação para preparar em 10 dias. Provavelmente só irá dedicar-se completamente quando faltarem 5 dias (Oh moment…!). A sua equipa tem um objectivo para cumprir até ao fim do mês. Provavelmente, a maioria do trabalho só será realizado após o dia 15 (Oh moment…!) A influência do timing é enorme também na vida em geral. Não é o meu caso ainda, mas a maioria dos executivos que eu acompanho como coach tem cerca de 40 anos e o Oh moment…! pode ser poderoso: provavelmente vão entrar na última metade da vida e ainda não encontraram o seu verdadeiro propósito que os faria aproveitar todo o seu potencial.
Ter a consciência que consumimos metade de um recurso importante é crucial para darmos mais valor a esse mesmo recurso. De longe, o tempo e energia são os nossos recursos mais valiosos, mas este Oh moment…! também se aplica ao dinheiro. É muito provável que a segunda metade de um qualquer orçamento seja melhor gasto do que a primeira. Estes oh moments…! são tomadas de consciência importantes na nossa vida, mas nem sempre eles acontecem, o que nos faz viver demasiado tempo de forma inconsciente. Somos guiados pelo sistema automático que tem como objectivo primitivo poupar recursos para garantir a nossa sobrevivência, que é exatamente o oposto da alta-performance.
Metade do ano já passou e é tempo de reflectir sobre:
O que correu bem e que devemos manter,
O que correu menos bem e devemos corrigir
Reajustar ou até criar novos objectivos.
Para servir de incentivo, partilho consigo o balanço numa das áreas importantes da minha vida e provavelmente a origem de nos conhecemos: a Seaventy.
Em primeiro lugar, sou muito grato por acompanhar a nossa viagem, especialmente nestes tempos altamente desafiantes. Muito obrigado!
Apesar de tudo, faço um balanço deste primeiro semestre com um sorriso de satisfação.
Do lado que correu bem, destaco:
a capacidade que a empresa teve de não despedir nenhum dos 12 elementos de equipa
a maior evolução na optimização de processos na maioria das áreas (como a criação de um novo site de raíz)
a integração da nossa colega Célia Machado como Responsável de Operações, que foi contratada há quase 3 anos como guia do Barco Evora.
Tudo isto enquanto os sócios se preparam para dar cada vez maior autonomia à equipa por estarem dedicados a outros desafios profissionais, especialmente o Miguel Vilela que criou a Padaria do Miguel, e eu que estou altamente comprometido a ajudar executivos e organizações a tornarem-se mais confiantes, aumentando os seus níveis de foco e energia para aproveitarem todo o seu potencial e atingirem melhores resultados.

Do lado do que correu menos bem, destaco:
as saídas dos recém papás Francisco e da Cláudia para empregos em áreas que garantem maior estabilidade e segurança para as suas famílias.
o adiamento de várias iniciativas que gostaríamos de ter organizado
o desgaste anímico da equipa e dos sócios sentido em várias fases, muito provocado pelos avanços e recuos nas medidas de desconfinamento.
Para este semestre levamos estas experiências que nos ajudam a valorizar ainda mais as pessoas que vivem e defendem a nossa missão e valores e que são influências inestimáveis para o bem-estar de todos. Aprendemos também que temos que nos apaixonar muito mais pelo processo do que pelos resultados.
Os resultados são importantes, mas uma boa parte não depende de nós e por isso é perigoso que a nossa confiança dependa exclusivamente deles. Aprendemos a ver os resultados como informações valiosas para a excelência dos processos, que só dependem de nós e que têm de ser a base da nossa confiança como organização.
Melhores processos, irão sempre gerar melhores resultados. Podem não chegar nos timings que gostaríamos, mas com fé e paciência temos de acreditar que um dia iremos colher tudo o que semeámos com muita paixão e disciplina.
Como objectivos, deixámos cair todos aqueles que não dependiam exclusivamente de nós (como faturação, vendas, etc) e criámos novos que só dependem de nós e que nos poderão levar aos resultados que precisamos (faturação, vendas, etc). Parece a mesma coisa, mas não é.
Os Mares são de grande incerteza e acredito que a única forma de liderar é através da Confiança. Da verdadeira Confiança que vem de dentro, de sabermos claramente quem somos hoje, de quem queremos ser no futuro e de nos apaixonarmos pelo processo para lá chegar. Isto aplica-se à Seaventy e a qualquer organização (e até a nível pessoal) que deseje liderar em Mares de Incerteza.
Mais uma vez, muito obrigado por nos acompanhar e conte comigo e com a Seaventy para aproveitar a vida como ela merece!
Aproveito para lhe desejar uma excelente segunda parte do capítulo 2021!
E que daqui a 6 meses possamos estar os dois na nossa pausa oh moment…! a fazer um balanço do ano e a preparar tudo para arrancar o próximo capítulo cheios de alegria e determinação! =)